Nos últimos anos a Disney vem disputando espaço com várias produtoras de conteúdos infantis. E essas por serem novas acabam tendo produções inéditas (histórias com novos hérois), e acabam não tendo muitos clássicos, como o streaming do rato orelhudo.
Mas não adianta ter clássicos se essas histórias se perderam no tempo. Por conta disso a Disney vive a era das repaginações. Uma formar manter as clássicas histórias no imaginário das novas gerações.
Porém, não adianta meras reproduções com novos atores, já que muitas histórias foram escritas há muitos anos, fato que acabam por deixá-las cheias e vícios e preconceitos.
O exemplo mais novo é a versão de 2023 da histórias de Peter Pan, que está disponível no Disney+. O enredo é o mesmo: Peter Pan aparece na janela da casa dos irmãos Wendy, John e Michael, em busca da sombra que havia perdido. Os irmãos se encantam com a personalidade aventureira e destemida do menino, e decidem segui-lo até a Terra do Nunca. Lá, eles encontram uma série de personagens mágicos, como a fada Sininho, os meninos perdidos e o vilão Capitão Gancho, que é o arqui-inimigo de Peter.
A mesmo premissa escrita pelo autor britânico J. M. Barrie criador da história ainda no ano de 1902, há 120 anos atrás. Claro que muitas coisas tem de mudar, já que o conto foi escrito em meio a uma sociedade machista e cheios de vícios.
E é nessas mudança que a nova produção se apresenta. Tem pequenas mudaças, como o uso do nome da Fada Sininho, que no Brasil foi traduzido há muitos anos, e em 2023 voltou a ser Tinker Bell. Sem contar que hoje a atriz que interpreta a pequena fada de luz é negra, diferente da fada loira dos olhos azuís de outros anos.
Outra mudança está na presença dos meninos perdidos. No conto original eles são todos homens, e na nova versão, há meninos e meninas. E essa mudança é destacada dentro do próprio filme. Quando Wendy questiona que os meninos perdidos da Terra do Nunca, não são apenas meninos. Sendo facilmente represendida pelas meninas perdidas da Terra do Nunca.
Entre os meninos perdidos também há a presença de um ator portador da Síndrome de Down. Uma forma de ressaltar o discurso de inclusão social.
E por último, mas não menos importante temos a mudança da Wendy, que nessa versão não é apenas uma garota, que não quer crescer. Ela não quer crescer, não quer ir para uma escola que ensina meninas a se tornarem esposas, e deixa claro em frases que não sabe se quer ter filhos. Com o discurso de que meninas podem ser mais que mães e esposas.
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