O Abismo da Escuridão
A sala da Fortaleza de Ferro estava envolta em uma escuridão pulsante, cada sombra parecia ter vida própria. As criaturas que surgiam das paredes eram mais do que simples monstros: eram manifestações da própria essência da escuridão que dominava Gloomhaven. Seus corpos, feitos de uma mistura de sombras e fúria, se esticavam e se torciam, como se quisessem se fundir com as próprias paredes da fortaleza. Seus olhos vermelhos brilharam com um ódio imenso, e os primeiros ataques começaram.
Hrogar, sem hesitar, avançou com seu martelo de guerra em mãos, batendo com força nos monstros sombrios que se aproximavam. Ele desferiu golpes pesados, quebrando as criaturas em pedaços de fumaça negra, mas para cada um que caía, dois surgiam em seu lugar.
“Esses malditos não vão parar, não é?” gritou Hrogar, respirando pesadamente. Seus olhos estavam brilhando de determinação, mas também de exaustão. “Precisamos chegar até o artefato, o mais rápido possível!”
Lira, por outro lado, permaneceu mais calma. Com movimentos graciosos, ela ergueu as mãos, invocando uma energia luminosa que se expandia ao seu redor. As faíscas de luz se espalhavam pela sala, afastando algumas das sombras, mas era evidente que a batalha estava se tornando mais intensa a cada segundo.
“Fiquem firmes!” Lira gritou. “Eu posso manter essas sombras afastadas por um tempo, mas precisamos chegar ao artefato antes que eles se tornem muito fortes.”
Ravenna, com sua postura enigmática, estava mais focada do que nunca. Seus olhos estavam fechados enquanto ela murmurava palavras de um feitiço poderoso. Uma aura de energia sombria a cercava, e quando seus olhos se abriram, raios de pura energia negra dispararam contra os monstros. Cada feitiço desintegrava os inimigos, mas não era o suficiente para deter a maré crescente de criaturas.
“A escuridão não nos derrotará, mas temo que o tempo esteja se esgotando,” Ravenna murmurou, enquanto seus feitiços continuavam a acertar os inimigos, destruindo-os um a um, mas havia sempre mais surgindo das sombras.
Xander, por sua vez, estava mais ao fundo, esperando o momento certo para agir. “Se continuarmos a lutar como estamos, nunca vamos alcançar o artefato,” disse ele, com uma voz baixa e calculista. “Temos que ir diretamente ao pedestal. Eu irei na frente.”
Antes que qualquer um pudesse protestar, Xander disparou pela sala, suas adagas brilhando sob a luz das lâmpadas. Ele saltou sobre uma das criaturas sombrias, cortando suas garras antes de deslizar para o lado, sempre evitando os ataques. Seus reflexos estavam afiados como lâminas, e sua destreza era algo que só um mestre ladrão poderia possuir.
“Cuidado, Xander!” gritou Lucius, o líder da aliança, enquanto se posicionava atrás de Hrogar e Lira, tentando se proteger e se preparar para ajudar de longe com feitiços de proteção.
Xander, ágil como sempre, conseguiu alcançar o pedestal do artefato. Ele estendeu a mão para pegar o item que repousava no centro, sua superfície brilhando com uma luz opaca e etérea. Mas algo estava errado. A energia emanada pelo artefato não era mais pura; ela estava contaminada, distorcida pela própria escuridão que havia corrompido a Fortaleza de Ferro.
De repente, o chão tremeu, e uma onda de energia escura se espalhou pela sala. As criaturas, que até então pareciam ter uma natureza definida, agora estavam sendo alimentadas pela própria essência do artefato. Elas se tornaram mais rápidas, mais fortes, e a sala começou a encolher à medida que as sombras se alastravam.
“Não! Isso é um sacrifício!” Lucius gritou, finalmente entendendo o que estava acontecendo. “O artefato é o centro de tudo isso. Ele está canalizando a escuridão de Gloomhaven!”
Mas não havia mais tempo para hesitar. Xander agarrou o artefato, mas o impacto da energia escura foi imediato. Um brilho intenso preencheu a sala, cegando-os temporariamente. Quando a luz desapareceu, todos estavam de volta à realidade, mas com a sensação de que o próprio tempo havia sido distorcido.
O Renascimento da Escuridão
À medida que a energia do artefato se dissipava, a sala se acalmava, mas o que restou foi ainda mais perturbador: a escuridão não havia sido destruída, ela havia se transformado. Agora, mais inteligente e astuta, ela se tornava uma força ainda mais poderosa, alimentada pela energia do artefato e pelo sacrifício dos muitos que haviam caído antes de chegar àquele ponto.
“Isso não foi o que esperávamos,” Ravenna sussurrou, enquanto olhava para o artefato em Xander, agora coberto por uma aura pulsante. O artefato estava corrompido, e algo mais parecia se comunicar com o grupo por meio de sua energia.
“Nós fizemos a escolha errada,” Lucius disse, sua voz cheia de arrependimento. “Este não é o fim. A luta está apenas começando.”
Mas Hrogar, com sua típica bravura, não hesitou. “Nós não vamos desistir, Lucius. Vamos derrotar isso de uma vez por todas!”
Eles estavam cientes de que a missão não havia acabado. Na verdade, estava apenas começando. As forças da escuridão haviam tomado formas novas e muito mais complexas. Elas agora estavam alimentadas pela energia do artefato, e isso as tornava imprevisíveis. Mas o objetivo não mudava: destruir o artefato, destruir o coração da escuridão, e devolver Gloomhaven à luz.
O Último Sacrifício
Com coragem renovada, os aventureiros se dirigiram para o centro da Fortaleza, onde a batalha final ocorreria. O artefato estava em uma câmara selada, rodeada por uma energia negra pulsante, que agora parecia ser quase viva.
“Vamos destruir isso, ou tudo o que lutamos para proteger será perdido,” disse Xander, com sua típica frieza, mas com um toque de gravidade em seus olhos.
“Eu farei o que for necessário,” Lira respondeu, enquanto começava a reunir as forças de luz ao seu redor. “Mas isso exigirá mais de nós do que qualquer batalha que já enfrentamos.”
E assim, a Aliança de Oito se preparou para enfrentar o que parecia ser o fim. Eles sabiam que apenas um sacrifício final poderia impedir que a escuridão tomasse tudo. Mas o que eles não sabiam era que, ao destruir o artefato, poderiam acabar libertando uma força ainda mais primordial e incontrolável, algo que a própria cidade de Gloomhaven nunca poderia ter imaginado.
“Para Gloomhaven,” Lucius disse, sua voz grave. “E para aqueles que vieram antes de nós.”
E, com essa última promessa, a batalha começou.
TERCEIRA PARTE DIA 09 DE ABRIL
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