Nemesis: O Último Suspiro - PARTE 01



O espaço era opressor. Não o vazio do cosmos distante, mas a sensação de claustrofobia que parecia se infiltrar na mente de todos a bordo da nave Nemesis. O que deveria ser uma viagem científica para investigar um novo sistema planetário havia se transformado em um pesadelo.

A tripulação estava dividida, e a desconfiança pairava no ar. Ninguém sabia quem poderia ser confiável, ninguém sabia quem estava infectado ou quem já havia sucumbido àquilo que os caçava nas sombras do enorme e labiríntico interior da nave. A própria estrutura da Nemesis parecia estar contra eles, com corredores intermináveis e compartimentos selados à força, como se a nave tivesse consciência da ameaça que se aproximava.

A missão havia começado como qualquer outra. O capitão da nave, Rodrigo Sato, e a equipe de cientistas e engenheiros estavam prontos para examinar o novo planeta. Mas tudo deu errado quando um dos containers de pesquisa foi aberto sem a devida precaução, liberando uma espécie alienígena desconhecida, que logo se espalhou por toda a nave.

A tripulação tentava lutar contra o terror invisível que se espalhava, e a tensão aumentava a cada segundo. Cada movimento era meticulosamente calculado, cada porta aberta, uma possível sentença de morte.

A comandante Sarah Vance, uma mulher de determinação imbatível, caminhava com cautela pelo corredor escuro, seus passos ecoando nas paredes metálicas. Ela estava procurando uma saída, mas a cada volta que dava, as coisas pioravam. A comunicação com a Terra estava cortada, e a nave parecia ser tomada por um mal invisível, que devorava tudo o que estivesse em seu caminho.

O sistema de alarme soou de repente, fazendo todos se encolherem, seus corações disparando. "Intruso detectado no setor de máquinas", anunciou a voz metálica, fazendo os nervos de Sarah se contraírem.

"Devemos ir para lá", disse ela para os outros membros da tripulação, a voz firme, mas com um leve tremor. "Se a nave for tomada por completo, não teremos mais chance de sair."

Seus colegas estavam cientes da gravidade da situação. Entre eles estava Theo, um engenheiro com a habilidade de consertar qualquer coisa que a tecnologia pudesse destruir. Ao seu lado estava a doutora Emily, uma bióloga especialista em criaturas alienígenas. Ambos sabiam que o que estavam enfrentando era algo além de sua compreensão. Eles estavam lidando com algo mortal, algo capaz de se adaptar, de aprender com seus ataques.

E então, lá estava ele, o último membro da tripulação, Mark, um ex-soldado com um temperamento nervoso e um histórico de tensão psicológica. Sua presença era incômoda, mas necessária. Ele era o único com a experiência em combate que poderia manter a tripulação viva o suficiente para sobreviver aos encontros com os xenomorfos.

"Acho que a única maneira de sair dessa é nos unirmos", Sarah disse, olhando para todos os outros. A determinação em seus olhos era clara. "Temos que encontrar o núcleo central da nave e reiniciar o sistema. Isso pode nos dar uma chance."

Mark fez um movimento brusco com a cabeça, seu rosto suado e marcado pelo medo. "Se esses monstros chegarem até lá primeiro, nunca vamos sair vivos. Precisamos acabar com eles antes. Senão, não vai haver reinicialização, nem fuga."

Sarah sabia que Mark estava certo. Mas o medo era mais forte do que qualquer confiança. Eles estavam lidando com uma ameaça desconhecida, e cada respiração poderia ser a última.

O grupo seguiu pelo corredor apertado, sem saber o que os aguardava. O som de algo se arrastando pelo chão metálico os fez parar imediatamente. Emily, que estava na frente, fez um gesto para que todos se mantivessem em silêncio.

Do outro lado, uma sombra se movia. Algo grande, algo monstruoso.

"O que diabos é isso?" Theo sussurrou, suando frio. "Eu nunca vi nada assim antes."

A criatura apareceu diante deles. Um ser grotesco com pele de cor escura e olhos brilhantes, quase humanos, mas possuindo garras afiadas e dentes que pareciam feitos para rasgar carne. Era uma abominação, uma fusão do que parecia ser humano e alienígena, algo distorcido por séculos de evolução forçada.

Antes que qualquer um pudesse reagir, Mark puxou uma pistola, disparando rapidamente contra a criatura. Ela gritou em uma língua gutural, uma explosão de sons grotescos, antes de se desintegrar em um amontoado de gosma e carne. Mas mais surgiram, movendo-se das sombras e atacando com uma fúria indescritível.

A batalha foi rápida, feroz e sem misericórdia. Em um momento, a tripulação estava lutando por suas vidas, e no outro, a nave parecia estar consumida pelo caos. Mark e Sarah estavam na linha de frente, disparando suas armas contra as criaturas, enquanto Emily e Theo tentavam encontrar uma maneira de reparar os sistemas de defesa da nave.

"Temos que chegar até o núcleo da nave, agora!" Sarah gritou, sua voz cheia de urgência. "Se não conseguirmos, a Nemesis será nossa tumba!"

Eles correram pelos corredores, agora completamente abandonados pela segurança da nave. As luzes piscavam intermitentemente, e o som do metal se arrastando e das criaturas caçando em sua direção os perseguiam como uma sombra.

Finalmente, chegaram à sala de controle, onde o núcleo da nave estava localizado. Theo se apressou para os controles, seus dedos se movendo rápido demais, tentando corrigir as falhas no sistema.

"Eu… Eu não posso fazer isso sozinho", disse Theo, sua voz tensa. "Eu preciso de mais tempo!"

Enquanto isso, Sarah e Mark estavam na porta, suas armas prontas. As criaturas estavam chegando cada vez mais perto. Não havia mais tempo para hesitar.

"Vamos segurar o tempo que pudermos", Sarah disse, sua voz resoluta. "Você tem que conseguir, Theo."

Eles se posicionaram, preparados para o pior. O som das criaturas se aproximando os fez se preparar para a batalha final. Um silêncio mortal tomou conta da sala enquanto Sarah, Mark, Emily e Theo se preparavam para o confronto mais aterrador de suas vidas.

O som de metal se estilhaçando e os gritos grotescos das criaturas invadiram a sala. Mark e Sarah começaram a disparar, suas armas ecoando pelas paredes metálicas, enquanto as criaturas avançavam implacáveis. Mas, mesmo com toda a força que tinham, a resistência não foi suficiente.

No final, apenas Theo conseguiu concluir a reinicialização do sistema. A nave começou a tremer enquanto as luzes se acendiam, e os monitores da sala de controle começaram a emitir sinais de vida. Mas a vitória foi amarga. As criaturas estavam dominando a sala, e, antes que pudessem reagir, o último suspiro de Theo foi interrompido por uma mordida fatal.

Sarah, Mark e Emily conseguiram escapar da sala de controle, mas sabiam que a batalha estava perdida. A Nemesis estava além da salvação, e, mais uma vez, a ameaça alienígena havia vencido.

Mas havia uma última chance. O sinal de vida da nave continuava forte, e os sistemas estavam reiniciados. A jornada não tinha acabado, e a única esperança que restava era que alguém, algum dia, encontrasse a Nemesis e pudesse lidar com as consequências do que eles haviam enfrentado.

Porque, no fim, eles não estavam sozinhos. A ameaça alienígena continuaria, e, em algum lugar, outros seres poderiam ter o mesmo destino que a tripulação da Nemesis.


CONTINUA.....

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