DOMINGO TEM BOARD - Zombicide: Black Plague - O 1º A Gente Nunca Esquece

 


Há jogos que entram na coleção… mas todos nós temos aquele jogo que nos fez entrar de vez no mundo dos boardgames. Para nós, esse jogo foi o Zombicide: Black Plague.

Compramos nossa cópia em 2015, e mesmo naquele instante, ao abrir a caixa, sentir o cheiro das miniaturas novas, organizar o tabuleiro e mergulhar nas regras, não imaginávamos a dimensão do que estávamos prestes a experimentar. Até então, nossa relação com jogos de tabuleiro se limitava aos clássicos, como Banco Imobiliário e War. Mas Black Plague nos mostrou que havia mundos inteiros esperando para serem descobertos, histórias a serem vividas e lembranças que só um jogo cooperativo podia criar.

O primeiro olhar para o manual já nos mergulhou na escuridão do cenário medieval: zumbis surgindo da névoa, necromantes poderosos planejando a destruição de vilas inteiras, amigos caindo e retornando como inimigos. Era impossível não sentir o frio na espinha mesmo antes de colocar a primeira miniatura no tabuleiro, apenas lendo o manual.

"Injustiça, guerras, pragas, mortes… Estamos acostumados com tudo isso, mas nada se compara a eles: os Zumbis! Eles saíram das profundezas, comandados pelos necromantes que indicavam onde atacar. Havia zumbi por toda parte, atacando, mordendo e dilacerando pessoas. Não podíamos sequer intervir sem ver nossos amigos mortos levantarem-se e transformarem-se em novos zumbis. Chegou a hora de pegar nossas armas e lutar por nossas vidas e pela nossa liberdade! Chegou a hora de Zombicide!"

E é exatamente essa sensação que Black Plague transmite, um chamado para lutar contra probabilidades impossíveis, onde cada decisão, cada movimento e cada rolar de dado pode significar a diferença entre a sobrevivência e a destruição total.

Ao jogar, cada um de nós assume o papel de um sobrevivente, guerreiros, magos, arqueiros ou até mesmo simples aldeões dispostos a resistir. À medida que a aventura avança, evoluímos nossas habilidades, conquistamos armas melhores e enfrentamos desafios cada vez maiores. Mas quanto mais fortes ficamos, mais zumbis surgem. É um equilíbrio perfeito entre esperança e desespero, vitória e caos.

Claro que, com o tempo, percebemos os defeitos do jogo. A sorte podia frustrar, algumas missões se repetiam e sistemas mais modernos trouxeram melhorias em relação a Black Plague. Mas tudo isso é irrelevante diante da força da experiência. A emoção de nossa primeira partida, cada surpresa, cada risada, cada momento de tensão e estratégia, ainda está viva em nossa memória. Black Plague não era apenas um jogo; era um ritual de cooperação e diversão, onde nossas decisões realmente importavam.

Hoje, nossa coleção já ultrapassa os 150 títulos, cada um trazendo suas próprias histórias, desafios e aventuras. Mas nenhum deles carrega a mesma carga emocional que Black Plague. Ele foi o primeiro agente, o jogo que nos mostrou que tabuleiros podem ser portais para mundos inteiros, capazes de criar narrativas épicas, fortalecer amizades e transformar momentos simples em memórias eternas.

Ao recordar nossas partidas, podemos reviver a tensão crescente a cada rodada, o medo de ser cercados, a alegria de derrotar um necromante e, acima de tudo, a satisfação de termos sobrevivido juntos. Black Plague nos ensinou a lutar lado a lado, a valorizar cada pequena vitória e a descobrir que, mesmo no meio do caos, há espaço para estratégia, coragem e diversão.

No fim, coleções crescem, novos títulos chegam, mas o primeiro a gente nunca esquece.

E vocês, qual foi o jogo que abriu as portas do hobby para a sua coleção?

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